Editorial

Péssimo exemplo

É vergonhoso ver a eleição para a reitoria da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) envolta em polêmicas. O problema fica maior quando a "gateação" vem de quem mais deveria dar exemplo, os educadores, lideranças de uma das principais instituição de Pelotas. Formadores das mentes do futuro. Todo processo deve ser o mais plural e democrático possível e qualquer medida na contramão disso é digna de vergonha para todos os envolvidos. Ainda mais representando a instituição que representam.

As cenas vistas ontem pela equipe do Diário Popular e relatadas na reportagem de Victoria Fonseca e Jô Folha são sintomáticas do atribulado processo eleitoral, que se dá durante uma greve. O movimento, aliás, já anda bastante confuso, já que parte dos professores dão aula, parte não, alguns alunos não sabem se vão ou se ficam, o calendário segue rolando e tudo mais.

Enquanto isso, as principais lideranças da universidade parecem mais interessadas em buscar o poder dentro da universidade do que qualquer outra coisa. Seja gestão ou oposição, o fato é que fica cada vez mais claro que ambos os lados estão só trocando acusações e apontando dedos e pouco interessados em convergir em prol da instituição. O argumento do uso das urnas para adiantar o processo eleitoral e fazer durante a greve pouco se sustenta já que, na prática, a eleição sempre funcionou bem até aqui, sem esse equipamento. Ele é útil e necessário, dá maior segurança, mas se a busca por um processo ainda mais democrático por um lado significa encurtar a democracia do outro, é hora de repensar. A universidade é feita por professores, técnicos e alunos e todos deveriam ter oportunidades iguais de participar.

Um outro recado que infelizmente precisa ser dado é que, embora o Diário Popular sempre tenha valorizado o papel da universidade como uma fonte inesgotável de inovação, conhecimento, criatividade e ideias que contribuem com a sociedade, precisa deixar claro que, em momento algum, essa relação tem a ver com qualquer gestor. É vergonhoso ver figuras de ambos os lados dessa rinha patética tentando aproveitar esse convívio historicamente cordial com a imprensa para obter alguma vantagem. O DP, bem como seus repórteres, editores e direção, não tomam nem vão tomar posição em qualquer pleito, seja na universidade, seja nas eleições municipais que se avizinham. Imaginar que pode se usar da imprensa para ter alguma vantagem política. O que o Jornal valoriza são as instituições, assim como seus potenciais gestores deveriam fazer também.


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